
Depois de “dramédia”, termo usado para definir “VIPs”, de Toniko Mello, a onda de neologismos na Première Brasil 2010 tirou do armário a expressão “bichanchada” para definir “Elvis & Madona”, recordista de aplausos na briga pelo troféu Redentor de melhor filme de ficção. Egresso do Festival de Tribeca, em Nova York, o filme de Marcelo Laffitte é forte candidato ao prêmio do júri popular por sua habilidade de arrebatar a plateia pela doçura de seus personagens. Doçura capaz de disfarçar as celulites em seu roteiro e as estrias em alguns diálogos usados para narrar a paixão de Elvis por Madona, ameaçada pelo criminoso João Tripé (Sérgio Bezerra).
Aplaudido cinco vezes durante a projeção, Igor Cotrim, um estreante na tela grande, conhecido por novelas como “Chamas da vida”, pôs a Première no colo graças à inteligência com que evita a caricatura ao construir a figura de Madona. Apesar de todo o empenho de Rodrigo Santoro na criação de Lady Di, de 'Carandiru” (2003), a maior interpretação de travesti do cinema nacional continuava sendo a de Anselmo Vasconcelos em “República dos assassinos” (1979). Depois de Madona, Anselmo arrumou em Cotrim um rival à altura de seu (pouco reconhecido) talento.
Nesta quarta-feira, , às 17h50m e às 22h10m, o Estação Vivo Gávea 3 reprisa “Elvis & Madona”.
Fonte: O Globo por Rodrigo Fonseca